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Dólar dispara e passa de R$ 6 em meio à guerra comercial entre EUA e China

Estados Unidos vão aplicar uma tarifa de 104% sobre as importações da China a partir desta quarta em resposta à retaliação chinesa

09/04/2025 10h42
Por: Redação
Dólar / Pixabay / Reprodução
Dólar / Pixabay / Reprodução

Por Maurício Nogueira

Em meio à queda de braço entre China e Estados Unidos, a cotação do dólar disparou e já ultrapassa R$ 6,086 na manhã desta quarta-feira (9), uma alta de 1,46%. Também nesta manhã, o Ministério das Finanças da China anunciou a imposição de novas tarifas, de 84%, sobre produtos americanos — um aumento de 50 pontos percentuais em relação aos 34% já anunciados na semana passada. Por volta das 10:13, o dólar era negociado R$ 6,06. Por sua vez, o governo de Donald Trump declarou que, a partir de hoje, os produtos chineses também serão taxados em 104%. Além disso, entram em vigor as tarifas anunciadas na semana passada pelo presidente americano, que variam entre 10% e 50% e atingem produtos de mais de 180 países. 

A taxação americana sobre produtos do país asiáticos é a maior do tarifaço de Trump. O Brasil e Reino Unido, por exemplo, receberam tacas de 10% em seus produtos. O pacote de impostos dos EUA a outras nações começou no último sábado (5), quando passou a valer a tarifa mínima de 10% sobre as importações de outros mercados. O tarifaço de Trump afeta aproximadamente 190 nações.

Em meio ao cenário de incerteza global, a validade das taxas deve causar um novo efeito negativo no câmbio e nas bolsas ao redor do mundo, incluindo o Brasil. Trump nega uma eventual pausa no pacote de tarifas. “Não estamos olhando para isso”, disse ele na segunda-feira (7).

Desde o início do atual mandato, Trump tem aplicado tarifas sobre as importações de diferentes produtos, gerando tensão diplomática com os principais aliados do país e desencadeando uma guerra comercial, por exemplo, com Canadá e União Europeia.

Uma das maiores preocupações relacionadas ao tarifaço de Trump são as demissões em massa, que podem gerar consequências negativas na economia americana. As tarifas comerciais anunciadas por Trump aumentaram o cenário de incerteza global, gerando maior tensão entre as principais potenciais mundiais.

Bolsas asiáticas

As bolsas asiáticas também enfrentam mais um dia de quedas por conta das tarifas americanas. O índice CSI300 da China abriu em queda de 1,2%, enquanto o Shanghai Composite Index perdia 1,1%.

O índice de referência Hang Seng, de Hong Kong, caía 3,1%. No mercado japonês, o índice Nikkei registrou queda de 3,26% nas primeiras negociações da sessão, enquanto o Topix registrava um recuo de 3,20%.

Já o índice Kospi, da Coreia do Sul, registrava uma queda de 0,82%, enquanto o won sul-coreano atingiu US$ 1.487,45, o nível mais baixo desde 2009.

Recessão nos EUA

Com o medo do mercado de uma possível recessão nos EUA e o aumento das tarifas, bolsas de valores na Ásia, Europa, Brasil e no próprio país norte-americano vêm registrando perdas sequenciais.

Após rumores de uma possível pausa nas tarifas comerciais impostas na segunda-feira (7), as bolsas ao redor do mundo, incluindo a do Brasil, registraram um salto temporário. Entretanto, depois que a Casa Branca negou que Trump pensa em desistir do tarifaço, as perdas voltaram a ser observadas.

Nessa terça (8), o dólar comercial voltou a se aproximar de R$ 6 e fechou o dia a R$ 5,997, uma variação de 1,46%. Além do câmbio, o índice Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou o pregão com variação negativa de 1,32%, a 123.931,89 pontos

Com as imposições do norte-americano e de ameaças ao multilateralismo, líderes globais se viram obrigados a retaliar e avaliar as novas taxas, o que pode causar um redirecionamento do comércio internacional.

Além da China, o Canadá, um dos principais parceiros comerciais dos EUA, anunciou uma tarifa de 25% sobre todos os veículos importados. A União Europeia também se pronunciou e sugeriu uma contra tarifa de 25% sobre alguns produtos americanos. Apesar da tensão e perdas registradas, Donald Trump afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos estão arrecadando US$ 2 bilhões por dia com as tarifas.

Tarifaço do Trump

Argélia - 30%
Angola - 32%
Bangladesh - 37%
Bósnia e Herzegovina - 35%
Botsuana - 37%
Brunei - 24%
Camboja - 49%
Camarões - 11%
Chade - 13%
China - 104%
Costa do Marfim - 21%
República Democrática do Congo - 11%
Guiné Equatorial - 13%
União Europeia - 20%
Ilhas Falkland - 41%
Fiji - 32%
Guiana - 38%
Índia - 26%
Indonésia - 32%
Iraque - 39%
Israel - 17%
Japão - 24%
Jordânia - 20%
Cazaquistão - 27%
Laos - 48%
Lesoto - 50%
Líbia - 31%
Liechtenstein - 37%
Madagascar - 47%
Malawi - 17%
Malásia - 24%
Maurício - 40%
Moldávia - 31%
Moçambique - 16%
Myanmar (Birmânia) - 44%
Namíbia - 21%
Nauru - 30%
Nicarágua - 18%
Nigéria - 14%
Macedônia do Norte - 33%
Noruega - 15%
Paquistão - 29%
Filipinas - 17%
Sérvia - 37%
África do Sul - 30%
Coreia do Sul - 25%
Sri Lanka - 44%
Suíça - 31%
Síria - 41%
Taiwan - 32%
Tailândia - 36%
Tunísia - 28%
Vanuatu - 22%
Venezuela - 15%
Vietnã - 46%
Zâmbia - 17%
Zimbábue - 18%

China na OMC

 Ministério do Comércio da China anunciou nesta quarta-feira (9) que submeteu um novo processo na OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre as tarifas recíprocas dos Estados Unidos, desta vez para questionar a imposição de alíquota adicional de 50% sobre produtos chineses.

“As medidas tarifárias dos EUA violaram seriamente as regras da OMC. O aumento de 50% reflete um erro atrás do outro, demonstrando a natureza de bullying unilateral”, afirmou um porta-voz do ministério chinês. “A China defenderá firmemente seus interesses e direitos legítimos, atuando para proteger o sistema de comércio multilateral e a ordem econômica internacional.”

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