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Justiça MARÇAL É RÉU

Pablo Marçal vira réu por expedição que colocou em risco a vida de 60 seguidores

Coach e ex-candidato ao governo paulista responde por crime previsto no artigo 132 do Código Penal

20/05/2025 17h41
Por: Redação
Pablo Marçal / Divulgação / Rede Social
Pablo Marçal / Divulgação / Rede Social

Por Maurício Nogueira

A Justiça de São Paulo recebeu denúncia contra Pablo Marçal por exposição de terceiros a perigo direto e iminente durante uma subida ao Pico dos Marins, na Serra da Mantiqueira, em janeiro de 2022.

A decisão foi assinada pela juíza Rafaela D Assumpção Cardoso Glioche, da Vara Única de Piquete, nesta terça-feira (20).

Marçal liderava um grupo de cerca de 60 pessoas quando ignorou alertas climáticos e advertências de guias sobre o risco da expedição.

A defesa de Marçal diz que “não há qualquer materialidade ou prova que aponte Pablo Marçal como organizador ou responsável pelo evento”.

Durante o trajeto, chuva intensa, neblina e ventos fortes deixaram parte dos participantes desorientada, com sinais de hipotermia.

O resgate foi acionado durante a madrugada.
O Ministério Público relata que, mesmo diante de condições adversas, o réu incentivou os participantes a continuar, desconsiderando as recomendações técnicas e chegando a ironizar um dos condutores contratados.

A denúncia afirma que Marçal desqualificou o guia, chamando-o de “covarde” e convocando o grupo a segui-lo até o cume.

Acusação apresentada em março

A Promotoria de Justiça de Piquete apresentou a acusação em março, com base no artigo 132 do Código Penal.

A norma prevê detenção de até um ano para quem coloca em risco a vida ou a saúde de outra pessoa. O Ministério Público também propôs uma transação penal, oferecendo como alternativa o pagamento de R$ 273.240 a entidade social.

A juíza considerou a denúncia formalmente adequada e sustentada por elementos que justificam a abertura do processo.

Com o recebimento da acusação, Marçal será citado para apresentar defesa no prazo de dez dias. A ação segue sob trâmite regular, com possibilidade de instrução e julgamento.

Em 2022, Pablo Marçal concorreu ao governo de São Paulo. Além da atuação como coach e influenciador digital, também se apresenta como empresário e escritor.

Defesa de Marçal

A defesa de Pablo Marçal enviou nota à reportagem afirmando que a “decisão da juíza segue o rito processual regular, considerando que foi proposto um acordo de não persecução penal, que previa o reconhecimento de responsabilidade pela organização da caminhada, o que não condiz com a verdade”.

“Esse acordo foi recusado por nossa parte, uma vez que não há qualquer materialidade ou prova que aponte Pablo Marçal como organizador ou responsável pelo evento”, aponta o advogado Tassio Renam.

Segundo ele, os depoimentos apontam que a atividade se tratava de uma caminhada entre amigos, “sem qualquer organização formal”.

“Adicionalmente, há o relatório de conclusão elaborado pelo delegado Francisco Sannini, que atestou a inexistência de dolo por parte de qualquer dos participantes e concluiu pelo não indiciamento dos envolvidos”, adianta o defensor.

Conforme Renam, essa orientação do delegado não foi respeitada.

“O Ministério Público chegou a solicitar a retirada dessa peça específica dos autos. Ainda assim, seguimos confiando na Justiça e na expectativa de uma decisão justa e imparcial”, conclui.

 

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