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Política SUPERFEDERAÇÃO

União Brasil e PP lançam “superfederação” com maior bancada na Câmara e quase 1,4 mil prefeitos

A União Progressista englobará maior número de deputados, bem como a maior fatia de recursos públicos para campanhas eleitorais

29/04/2025 19h58
Por: Redação
Evento de anúncio da federação entre União e PP / Renato Araújo / Câmara dos Deputados
Evento de anúncio da federação entre União e PP / Renato Araújo / Câmara dos Deputados

Por Maurício Nogueira

O União Brasil e o Progressistas (PP) anunciaram oficialmente, nesta terça-feira (29), a criação de uma federação partidária. A aliança será chamada de União Progressista e deve ser registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos próximos meses, com validade já a partir de 2026. Juntos, o União e o PP terão a maior bancada de deputados na Câmara, o maior número de prefeitos e receberão as maiores fatias de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais e pagamento de despesas partidárias. Federações partidárias são um modelo de aliança que une duas ou mais siglas. As legendas passam a atuar como uma só por no mínimo quatro anos, embora cada uma mantenha sua estrutura partidária. Deve haver alinhamento no Congresso e nas eleições.

Caso rompam a união antes do prazo, os partidos estão sujeitos a punições, como perda dos fundos eleitoral e partidário, além de ficarem impedidos de formar nova federação ou coligação.

Atualmente, três federações estão registradas no TSE. Todas seladas em 2022: PT/PCdoB/PV, PSOL/Rede e PSDB/Cidadania (que já anunciaram o rompimento, mas só devem oficializar em 2026).

O União Brasil é uma fusão de duas outras siglas: o DEM, de ACM Neto, e o PSL, de Luciano Bivar, partido que abrigou o ex-presidente Jair Bolsonaro quando ele foi eleito em 2018.

Em seus primeiros meses, a presidência da federação será compartilhada entre Antonio de Rueda (União Brasil) e o senador Ciro Nogueira (PP) — sem hierarquia estabelecida.

As tratativas entre União e PP são acompanhadas de perto por outros dirigentes partidários, que tentam projetar o tamanho do impacto da "superfederação" nas campanhas de 2026.

As ambições

O evento de lançamento da aliança foi no Salão Nobre da Câmara e reuniu deputados, senadores e prefeitos, além dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Lideranças da oposição, como o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também estiveram presentes.

Internamente, membros das siglas defendem que a federação discuta — mais à frente — a presença da União Progressista no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Também dizem que a aliança precisará decidir se apoiará candidaturas a presidente em 2026. E se mantêm a pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), ao Planalto.

Mesmo diante da indefinição sobre 2026, Caiado discursou no evento desta terça. Bastante aplaudido, o governador disse que a federação vai "subir a rampa do Palácio do Planalto" no em 2027.

"Em 2026, vamos ganhar as eleições no país e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto", afirmou Caiado.
Em manifesto lido pelos presidentes do PP (Ciro Nogueira) e Antonio de Rueda (União Brasil), a federação diz ter como objetivo a "responsabilidade fiscal e responsabilidade social".

"Defendemos um choque de prosperidade, com medidas profundas no campo econômico e regulatório, que coloquem o Brasil em linha de competitividade com as nações mais eficientes do mundo. Um choque que destrave o país. Um choque que liberte o Brasil de suas amarras", diz o documento.

O presidente nacional do União Brasil, Antonio de Rueda, anunciou na noite de segunda (28) que a "superfederação" terá um comando compartilhado em seus primeiros meses.

A presidência será compartilhada entre Rueda e o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI) — sem hierarquia estabelecida. Em dezembro deste ano, um comandante único deverá ser eleito pela União Progressista.

Ao longo das próximas semanas, dirigentes afirmam que os partidos passarão a se debruçar sobre o estatuto do arranjo. Nesta fase, deverá ficar mais clara a divisão de comando e as instâncias da aliança — pontos que registram as maiores divergências entre membros dos partidos.

O documento terá de ser aprovado internamente por cada sigla, em convenções partidárias.

Com o estatuto em mãos, a federação poderá dar entrada no registro da aliança no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ainda não há data para que isso ocorra.

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